As questões ambientais, de saúde, bem-estar animal e climáticas fizeram do veganismo mais do que uma tendência mundial. Ele se tornou um compromisso e um estilo de vida.
De acordo com uma matéria publicada pelo portal VeganBusiness em janeiro deste ano, o veganismo vem crescendo cada vez mais no Brasil. Cerca de 30 milhões de brasileiros adotaram a dieta, o que representa aproximadamente 14% da nossa população.
As pessoas estão não só revendo seus padrões alimentares e de consumo, como também estão mais conscientes sobre aquilo que estão devolvendo para o planeta de modo geral.
E essa nova maneira de pensar e se posicionar chegou às escolas e universidades. É importante e urgente refletir sobre as escolhas que fazemos hoje, pois inevitavelmente elas irão impactar diretamente o nosso futuro.
Sendo assim, podemos dizer que é de “pequenino que se aprende sobre o veganismo”. Trazer o tema para a sala de aula é fundamental, e a seguir, explicaremos o porquê:
Conscientizar é preciso: normalizar e facilitar o acesso à alimentação saudável. Cantinas e refeitórios, ao aderirem o movimento, estimulam os estudantes, tanto das escolas como das universidades, a fazerem escolhas mais saudáveis.
Alimentação mais diversa e inclusiva: um cardápio com opção 100% vegetal propicia um ambiente mais acolhedor para todos, inclusive àqueles que têm restrições alimentares.
Sustentabilidade na prática: debater sobre os impactos da produção de alimentos de origem animal é crucial. Mas ensinar pelo exemplo é ainda mais eficaz. Oferecer refeições veganas mostra aos estudantes que estamos minimizando esses estragos e contribuindo para o bem do planeta.
Respeito aos animais: as instituições de ensino que aderem a uma dieta mais natural estão apoiando aqueles que escolhem não contribuir com a exploração animal e estão criando um espaço que respeita e valoriza as escolhas de cada um.
Escolhas do bem: o reino vegetal é farto e tem uma infinidade opções proteicas. Levar isso às escolas e universidades com certeza influenciará esses alunos a adotarem essa alimentação no seu dia a dia.
Plantar para consumo próprio: criação de hortas onde os estudantes possam plantar, cultivar e colher seus recursos e aprender sobre o ciclo da vida desses itens. Promover aulas de culinária para que os alunos preparem receitas saudáveis também em casa.
Nutricionistas nas escolas: estabelecer parcerias com esses especialistas para consultas e aconselhamento sobre educação alimentar.
Aprendizado 360: incorporar o tema Alimentação Natural nas aulas de Ciência, Biologia e Educação Física. Além de distribuir cartilhas e guias alimentares sobre o assunto aos alunos e suas famílias.
O veganismo já é uma realidade em escolas na Bahia e na Paraíba
Visionária, a Escola Nativa, sediada em João Pessoa, na Paraíba. Fundada em 2018, por ativistas da causa animal, nasceu com o propósito levar os preceitos do veganismo à sua grade curricular.
Especializada no ensino infantil, a Nativa acredita que a educação exerce um papel fundamental na defesa do meio ambiente. Seu compromisso também envolve o entorno, ONGs parceiras e grupos ativistas empenhados em promover o veganismo de forma abrangente.
A Escola Nativa atende crianças de 1 a 5 anos do ensino regular e estende suas atividades extracurriculares até os 10 anos. Com uma abordagem educacional fundamentada em princípios de liberdade, respeito, sem exploração e crueldade animal. O conteúdo abordado inclui educação alimentar e um cardápio especialmente pensado por uma nutricionista especializada.
Inspirado pela campanha ‘Segunda Sem Carne’, o Ministério Público da Bahia, lançou o programa ‘Escola Sustentável’ para melhorar a alimentação escolar em municípios como Biritinga, Serrinha, Barrocas e Teofilândia. Cerca de 30 mil estudantes de 137 escolas foram beneficiados pela ação, englobando desde a educação infantil até o programa Educação de Jovens e Adultos (EJA).
O projeto contou com a colaboração da Humane Society International, ressignificou os hábitos alimentares dos alunos, incluindo a remoção de proteína animal. E ainda incluiu a implantação de hortas escolares, programas de educação humanitária, reformas nas cozinhas e a capacitação de 450 merendeiras.
Universidades renomadas, como Cambridge, Helsinque e Harvard já embarcaram em uma dieta mais verde
Em Cambridge, na Inglaterra, a iniciativa de retirar a proteína animal do cardápio começou em 2016. Essa ação é parte integrante da Política de Alimentos Sustentáveis de Cambridge e ocasionou na redução de 10,5% nas emissões de carbono. Além de abranger a oferta de alimentos em 14 pontos de venda e a alimentação em mais de 1,5 mil eventos realizados anualmente pelo serviço de catering da instituição (UCS).
Em contrapartida, a Universidade de Helsinque, na Finlândia, optou por banir carne vermelha do cardápio desde 2020, priorizando o aumento do consumo de proteínas vegetais. A meta principal é diminuir a pegada de carbono em 11% ao ano, contribuindo para combater a crise climática.
Enquanto em Harvard, nos Estados Unidos, o movimento teve início com os próprios estudantes, que demonstraram preocupação com o impacto de suas escolhas alimentares. Desde 2019, os alunos têm acesso a um cardápio diversificado, totalmente inspirado em alimentos vegetais. Nesse período, os chefs do Harvard University Dining Services (HUDS) passaram por um treinamento intensivo em culinária à base de plantas e alimentação kosher.
A partir desses exemplos, fica evidente que adotar uma alimentação à base de plantas é mais simples do que parece e superacessível. Além disso, essa escolha beneficia o nosso planeta e também a nossa saúde. Pensar sobre o que colocamos em nosso prato é um exercício diário de empatia.
Você não precisa ser um profundo conhecedor no assunto para começar. Aposte em grãos, leguminosas, vegetais coloridos, folhas verdes e sementes nas suas refeições. Invista em produtos de qualidade de marcas genuinamente plant-based, como da Vida Veg.
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